A presidente da Câmara Municipal de Mirandela, Júlia Rodrigues, pediu, dia 27 de Fevereiro, em conferência de imprensa, a demissão do inspetor-geral da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE).
Esta é uma consequência da considerada “conduta irresponsável” na comunicação de duas ações que resultaram na apreensão de 12,5 toneladas de produtos cárneos e seus derivados, com um dos locais a ser identificado, erradamente, como uma indústria de enchidos, deixando no ar suspeitas sobre o setor da alheira e deu azo, inclusive, a que órgãos de comunicação social ilustrassem a notícia com imagens de alheiras.
Esta posição é justificada porque a presidente entende que a ASAE devia encerrar o estabelecimento e não fazer disso um comunicado político, mas sim prestar informações técnicas fidedignas e com o rigor que esclarecesse os consumidores devidamente e não pusesse em causa quem trabalha legalmente e com segurança.
A juntar a esta situação, a 15 dias da vigésima edição da Feira da Alheira, estão outros dois episódios que lesaram muito a região. A poucos dias do Natal, a ASAE suspendeu a atividade das linhas de abate de bovinos e pequenos ruminantes do Matadouro Industrial do Cachão, causando um prejuízo de muitos milhares de euros. De recordar ainda que, em 2015, o setor da alheira foi abalado com outro comunicado da mesma entidade com uma situação que nada teve a ver com a Alheira de Mirandela mas que deu origem a perdas enormes nas indústrias produtoras.
A Câmara Municipal toma assim uma posição em defesa da Alheira de Mirandela e os seus produtores e também da imagem do concelho.