Os efeitos da seca hidrológica na região de Trás-os-Montes e Alto Douro têm vindo a agravar-se, com perspetiva de intensificação devido ao efeito expectável das alterações climáticas.
Adotar medidas de combate à escassez hídrica promovidas pelas entidades gestoras, urge e exige uma mudança de paradigma na utilização do recurso água, bem como encontrar novos caminhos para a mitigação do problema em estreita articulação entre a administração e os utilizadores.
Nesse sentido e através de despacho dos ministérios do ambiente e da ação climática e da agricultura, a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e a Direção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural (DGADR) reuniu esta tarde, em Mirandela, com as Comunidades Intermunicipais das Terras de Trás-os-Montes e Douro, a Águas de Portugal SGPS, a Administração da Região Hidrográfica do Norte, a Direção Regional de Agricultura e Pescas do Norte (DRAPN), a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) e Federação Nacional de Regantes de Portugal (FENAREG), com vista à elaboração das bases do Plano de Regional de Eficiência Hídrica do território transmontano e duriense.
O objetivo deste plano, com um prazo de elaboração de 90 dias, visa a avaliação das disponibilidades e os consumos hídricos para os usos atuais e estabelecimento de cenários prospetivos que tenham em conta os efeitos das alterações climáticas, o estabelecimento de metas e horizontes temporais de eficiência hídrica para os principais usos, nomeadamente os associados aos setores agrícola e urbano, a identificação de medidas de curto e médio prazo que promovam a utilização de água para reutilização e a eficiência hídrica, assim como os fatores críticos para o seu sucesso e a identificação de soluções estruturais e novas origens de água que complementem o previsível decréscimo do recurso por via das alterações climáticas.